18 outubro 2012

Eu preciso ser rebelde?


O título deste post (e a postagem em si) vai gerar muita controvérsia. Daquelas coisas que, ao ler, ou você concorda em gênero, número e grau; senão, discorda até o final dos tempos.
A gente que trabalha - ou quer trabalhar! - com moda, fotografia, cinema, design, enfim, com arte no geral acaba passando por uns maus bocados durante a profissão. A ideia de registrar minha opinião aqui no Ziperama surgiu durante uma conversa com uma amiga minha. Chegamos à conclusão que para você ser alguém na noite, de forma rápida e fácil, é necessário umas boas doses de álcool, cigarro, drogas e rebeldia. Que chovam as pedras em mim, mas, calma, eu explico. Não quero generalizar, mas já notaram que a grande maioria das modelos internacionais fumam e/ou têm hábitos extremamente junkie? Que grandes fotógrafos - beijo, Terry! - não dispensam as drogas em prol de uma inspiração exacerbada? 
Depois de alguma pesquisa em meu banco de dados cerebral, minhas dúvidas só aumentaram. Caravaggio possivelmente era bissexual (que legal!). Amigo de prostitutas, vivia no submundo, usava trocentas coisas ilícitas e foi condenado à morte por assassinar um cara. E foi um dos maiores pintores do mundo, pincelando as obras divinas tão-somente por trazer retorno financeiro. Vinicius de Moraes passou mais tempo da vida bêbado do que sóbrio e até hoje deve comandar alguma fábrica de Whisky no céu.  Kurt Cobain, Amy Winehouse e Mischa Barton: ok, estes desde sempre e para sempre serão lembrados também por fazerem o que não pode. Mas e a Whoopi Goldberg, o James Franco, a Cameron Diaz e a Jennifer Aniston? Parece que praticamente todos os nossos maiores ídolos se envolveram com drogas, seja maconha, cocaína ou o que for. E aí mando mais beijos pro David Bowie, Whitney Houston, Iggy Pop, Michael Jackson. Eita, lista infinita. Mas, gente, onde eu quero chegar? 
Até que ponto ostentar essa figura de fora da lei faz de você alguém espetacular? E ainda: é um equívoco nós idolatrarmos pessoas mesmo que elas infrinjam os ditames de sei-lá-qual-constituição
Penso eu que deveríamos gostar de artistas por sua arte. Contudo, cá entre nós: quanta gente se diz fã da Courtney Love ou da Kate Moss só pelo ar de rebeldia que elas representam e exalam? Sem menosprezar - Kate, te amo! - mas, gente, vamos-estar-sendo-sinceros...
Chegar a essa constatação me assusta um pouco, porque me mantenho distante de qualquer tipo de droga ilícita, mas, sabe o que me deixa ainda mais confuso? Sair na noite e as pessoas ficarem chocadas quando digo que frequento assiduamente a igreja, que nunca fumei um cigarro e droga quaisquer e que a única coisa que eu faço é beber. Será que por ser politicamente correto o sucesso irá demorar mais pra chegar? Diante de tantos casos e ataques de rebeldia, ser bonzinho é suficiente pra chegar lá? Deixo a reflexão e peço ajuda a vocês pra solucionar este mistério!

7 comentários:

diogo mello jeremias disse...

Adorei o texto e muito concordo contigo. Mas acho que esse seu drama queen nem é tão queen quanto parece. A questão das drogas é muito mais evidente hoje, digo, serve muito mais como merchan para os atores/artistas do que no passado. Porém, ainda acredito que ser bonzinho e ter talento também seja o suficiente pra ascender na vida. Então calma, não se preocupe que o sucesso vem mesmo que você/eu não sejamos "errados"

Leonardo Cipriano disse...

Talvez sim, talvez não. Avril Lavigne foi uma dessas que já foi muito RBD (na balada!)e hoje em dia é uma "mulher com cara de criança" - Essa guria já está a 10 anos "na estrada" - credo, estou envelhecendo! Enfim...ela não vem ao caso. Tá certo, tem os que já começam a causar e fazem sucesso (beijos Gaga), os que fazem a linha mais "light" e depois despirocam de vez (Oi, Brit!) e tem aqueles que fazem sucesso sem mesmo ter causado nenhuma (que eu me lembre) "confusão com as dorgas" - Beyoncé lyndjá / sdds Gisele! Não vamos generalizar, né?!

PS: Tinha fotinho melhor da Amy pra postar, não? ODEIO o exu que F#c$@ com ela :(

Anônimo disse...

Olha amigo fashionista, está difícil viver neste mundo ao qual o cool (sua maioria) está perdido em um submundo ilícito.
Mas graças a Dieu, temos sim bons exemplos e a cabeça no lugar.

Xoxo

William disse...

A Sandy fez muito sucesso sendo uma santa hahaha

Roberta Carlucci disse...

Oi Milton,
Cheguei até o post através do Marcos, e quis colocar minha humilde opinião: prefiro acreditar que existem pessoas que "chegam lá" por mérito e trabalho duro, e não somente por ter contatos ou fazer parte da tchurma do rolé... tem gente que diz que se você passou dos 30 não tem mais chances no mundo da moda, se você não fuma/bebe/cheira também não, mas acho que, no fim, ninguém em sã consciência dispensa um bom profissional, que cumpra seus objetivos sem drama, sem chiliques, que chegue no trabalho com pique para realizar suas tarefas (e não virado de uma balada sem fim) e que vá além das expectativas porque tem talento, tem força de vontade e ama o que faz. Enfim, tomara, né? ;)
Prazer e boa sorte!

Léia Silva disse...

Concordo com a Roberta.
Que que adianta chegar ao sucesso com uma vida dessa?
Prefiro "os politicamente corrteos".
Beijos.

redcabaret disse...

Cara, vc é o máximo! Leio sempre seus posts. E esse foi bacana prá caramba e te dá um gancho para atender um pedido: fale sobre cópias. Não sobre inspirar-se no trabalho de alguém, mas a cópia barata mesmo. Acabei de passar por isso pela 3ª vez. É um pega horrivel!

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